Trump anuncia negociações com Irã sobre acordo nuclear; conciliação depende de 'boa vontade' dos EUA, diz Teerã
O ministro das Relações Exteriores do Irã confirmou que as negociações irão ocorrer neste fim de semana e que um acordo é possível se Washington mostrar...

O ministro das Relações Exteriores do Irã confirmou que as negociações irão ocorrer neste fim de semana e que um acordo é possível se Washington mostrar boa vontade. O principal objetivo do governo iraniano, segundo ele, é que as sanções contra o país sejam suspensas. O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei Associated Press / Office of the Iranian Supreme Leader/WANA (West Asia News Agency)/Handout via REUTERS O presidente Donald Trump afirmou que os Estados Unidos iniciaram conversações diretas com o Irã sobre seu programa nuclear, mas Teerã classificou as negociações como "indiretas", antes do primeiro encontro entre representantes dos dois países no próximo sábado (12), em Omã. O anúncio surpreendente aconteceu durante uma reunião nesta segunda-feira (7) entre Trump e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no Salão Oval da Casa Branca. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp 43% têm opinião negativa sobre Trump, e percepção sobre EUA piora O presidente americano afirmou que tinha esperanças de chegar a um acordo com Teerã, mas advertiu que o país enfrentará um "grande perigo" em caso de fracasso das negociações. "Temos uma reunião muito importante no sábado e trataremos com eles diretamente. Talvez se chegue a um acordo, isso seria fantástico. Nos reuniremos no sábado em um encontro muito importante", afirmou Trump. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, confirmou as negociações e disse que um acordo é possível se Washington mostrar boa vontade. O principal objetivo do governo iraniano, segundo ele, é que as sanções contra o país sejam suspensas. "Se a outra parte tiver a vontade necessária e suficiente, será possível chegar a um acordo. Afinal, a bola está com os Estados Unidos", disse Araqhchi à agência oficial IRNA. A agência local de notícias Tasnim anunciou, nesta terça-feira (8), que o próprio Araqchi comparecerá ao encontro, assim como o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff. Lideradas por Washington, as potências ocidentais acusam há décadas Teerã de querer desenvolver armas atômicas. O Irã nega as acusações e afirma que suas atividades nucleares têm fins exclusivamente civis. Em 2015, Teerã concluiu um acordo com os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Rússia, Estados Unidos, França e Reino Unido), além da Alemanha, para supervisionar suas atividades nucleares. O texto previa uma flexibilização das sanções, em troca da supervisão das atividades nucleares iranianas. Em 2018, durante seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos do pacto e retomou as sanções. Em represália, o Irã acelerou seu programa nuclear. Trump assegurou, nesta segunda-feira, que um novo acordo seria "diferente e, talvez, muito mais sólido". O Irã pretende consultar seus parceiros mais próximos sobre a questão, Rússia e China. Netanyahu, que adota uma linha dura contra Teerã, declarou na Casa Branca que o objetivo é garantir que o Irã nunca fabrique uma arma nuclear, e pediu negociações diplomáticas que levem a um desmantelamento "completo" das instalações iranianas. Irã e Estados Unidos, aliados próximos durante a monarquia dos Pahlavi, não mantêm relações diplomáticas desde 1980, um ano após a Revolução Islâmica. Ambos os países trocam informações de forma indireta por meio da embaixada da Suíça em Teerã. O sultanato de Omã e o Catar também desempenharam papéis de mediadores no passado.