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Início do 'tarifaço' de Trump derruba bolsas asiáticas, mas China fecha em alta com promessa de retaliação

A reação do mercado vem após tarifas recíprocas dos EUA começarem a valer, inclusive os 104% contra a China. Bolsa de valores na Ásia Reuters As bolsas de...

Início do 'tarifaço' de Trump derruba bolsas asiáticas, mas China fecha em alta com promessa de retaliação
Início do 'tarifaço' de Trump derruba bolsas asiáticas, mas China fecha em alta com promessa de retaliação (Foto: Reprodução)

A reação do mercado vem após tarifas recíprocas dos EUA começarem a valer, inclusive os 104% contra a China. Bolsa de valores na Ásia Reuters As bolsas de valores asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta quarta-feira (9), dia que marca o início da cobrança das tarifas recíprocas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre mais de 180 países, com taxas que vão de 10% a 50%. Apesar da maioria dos índices acionários do continente ter registrado baixo, as bolsas da China e de Hong Kong conseguiram sustentar um patamar positivo durante todo o pregão e fecharam em alta. 📉 Veja o desempenho das principais bolsas asiáticas no fechamento: 🇨🇳 CSI 1000, da China, subiu 2,21% 🇭🇰 Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,68% 🇯🇵 Nikkei 225, do Japão, caiu 3,78% 🇬🇸 Kospi, da Coreia do Sul, caiu 1,74% Hoje entra em vigor a taxa extra de 50% sobre as importações chinesas, confirmadas pela Casa Branca na véspera como uma forma de retaliar a retaliação da China. Agora, a tarifa acumulada sobre os produtos chineses que entram nos EUA é de 104%. A China anunciou, na última sexta-feira, uma resposta ao tarifaço de Trump e retaliou os EUA com taxas de 34% sobre todas as importações americanas — a mesma tarifa que os EUA aplicaram sobre os produtos chineses. Trump não gostou e, embora tenha dito, nesta terça (8), que acredita que a China quer chegar a um acordo, manteve a retaliação de taxar em mais 50% as importações chinesas. A China, por sua vez, disse estar preparada para continuar retaliando e que vai responder, mas que prefere negociar com os EUA. "Os EUA continuam abusando das tarifas para pressionar a China. A China se opõe firmemente a isso e jamais aceitará esse tipo de intimidação", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Internacionais. O Ministério do Comércio ainda reiterou a promessa da terça de continuar revidando até o fim. "A China tem vontade firme e meios abundantes, e contra-atacará resolutamente até o fim", disse um porta-voz. "A China não deseja travar uma guerra comercial, mas o governo chinês jamais ficará de braços cruzados vendo os direitos e interesses legítimos do povo serem prejudicados e violados". Com o mesmo contexto como pano de fundo, as bolsas europeias também voltaram a registrar queda nesta quarta. A União Europeia recebeu taxas de 20% sobre seus produtos, ao passos que alguns outros países europeus que não participam do bloco, como o Reino Unido, tiveram tarifas menores, de 10%. Por volta das 6h20, o índice Euro Stoxx 50, que reúne as ações das principais empresas europeias, operava em queda de 2,30%. 📉 Veja o desempenho das principais bolsas da Europa por volta das 7h40: 🇩🇪 o DAX, da Alemanha, caía 3,00%; 🇫🇷 o CAC 40, da França, caía 3,11%; 🇬🇧 o FTSE 100, do Reino Unido, caía 3,12%; 🇮🇹 o Itália 40, da Itália, caía 3,19%; 🇪🇸 o IBEX 35, da Espanha, caía 2,80%; 🇳🇱 o AEX, da Holanda, caía 2,92%; 🇨🇭 o SMI, da Suíça, caía 4,89%. Relembre a trajetória do 'tarifaço' Nesta quarta, passam a valer as tarifas recíprocas individualizadas, mais altas, impostas aos países com os quais os EUA têm maiores déficits comerciais. Esse novo capítulo do "tarifaço global" dos EUA começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo. A Ásia foi o continente que recebeu as maiores tarifas. A taxa anunciada por Trump para a China no dia foi de 34%, o que faria com que os produtos chineses fossem taxados pelos EUA em 54%, no total. Na sexta-feira (4), a China anunciou que iria impor tarifas também de 34% sobre os produtos americanos, como resposta ao tarifaço. Trump, então, ameaçou cobrar taxas extras de 50% à China se o país não recuasse da retaliação nesta terça (8). Como Pequim não desistiu, as tarifas de 104% entraram em vigor. Como a tarifa para a China chegou a 104%: No início de fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre as importações vindas da China, que se somou à tarifa de 10% que já era cobrada do país, chegando a 20%; Na quarta-feira da semana passada, dia 2 de abril, Trump anunciou seu plano de "tarifas recíprocas" que incluía uma taxa extra de 34% à China, elevando a alíquota sobre os produtos do país asiático a 54%; Agora, após a retaliação chinesa que também impôs tarifas de 34% sobre os EUA, a Casa Branca confirmou mais 50% em taxas sobre as importações chinesas, deixando a tarifa sobre o país no patamar de 104%. China promete lutar até o fim contra tarifas de Trump Tarifas movimentam mercado financeiro O tarifaço de Donald Trump e as reações dos países atingidos têm movimentado o mercado financeiro, com investidores receosos de que as medidas possam gerar uma guerra comercial generalizada. Depois de três dias de quedas fortes nas bolsas internacionais, os negócios estavam menos turbulentos nesta terça-feira (8), guiados por uma percepção de que os EUA poderiam avançar nas negociações com outros países sobre as tarifas. As principais bolsas da Ásia e da Europa chegaram a fechar em alta. Tudo foi por água abaixo quando foram confirmadas as tarifas ampliadas à China. As bolsas de Nova York fecharam em baixa, com o S&P 500 batendo abaixo de 5.000 pela primeira vez em quase um ano. Os índices de ações dos EUA viram sua capitalização encolher mais US$ 852 bilhões nesta terça. A perda acumulada já alcança US$ 10,8 trilhões desde 20 de janeiro, dia em que o presidente Donald Trump assumiu a Casa Branca, segundo dados compilados pela consultoria Elos Ayta. O tombo é puxado pelas sete gigantes da tecnologia: Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook) e Tesla. Juntas, as companhias perderam US$ 320 bilhões só nesta segunda. Desde janeiro, o grupo viu seu valor de mercado encolher US$ 4,55 trilhões. No Brasil, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, fechou em queda novamente, aos 123.932 pontos. Já o dólar chegou a bater os R$ 6, mas encerrou a R$ 5,9973.