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Ibovespa bate recorde e fecha aos 138 mil pontos pela 1ª vez, após ata do Copom e trégua do tarifaço

Bolsa subiu 1,76%, aos 138.963 pontos, maior pontuação da história. O dólar fechou em queda de 1,34%, cotado a R$ 5,6086. B3, bolsa de valores brasileira. D...

Ibovespa bate recorde e fecha aos 138 mil pontos pela 1ª vez, após ata do Copom e trégua do tarifaço
Ibovespa bate recorde e fecha aos 138 mil pontos pela 1ª vez, após ata do Copom e trégua do tarifaço (Foto: Reprodução)

Bolsa subiu 1,76%, aos 138.963 pontos, maior pontuação da história. O dólar fechou em queda de 1,34%, cotado a R$ 5,6086. B3, bolsa de valores brasileira. Divulgação/ B3 O Ibovespa bateu recorde nesta terça-feira (13) e fechou aos 138 mil pontos pela primeira vez na história. A bolsa brasileira chegou, inclusive, a bater os 139 mil pontos na máxima do dia, e o dólar fechou em queda, cotado a R$ 5,60. O resultado positivo do mercado nesta terça veio de uma mistura de boas notícias, vindas da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), dos dados de inflação dos Estados Unidos e ainda dos efeitos da trégua tarifária entre os americanos e a China. A ata do Copom mostra que o comitê entende que o processo de elevação dos juros no Brasil já tem contribuído e "seguirá contribuindo para a moderação de crescimento" da economia. O BC elevou a taxa Selic na semana passada, para 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas. O comitê indica que as expectativas de inflação ainda estão acima da meta do BC, o que vai exigir um juro maior por mais tempo. Essa era uma preocupação dos investidores, que tinham algum receio de que o BC pudesse ser mais leniente com a inflação brasileira. O colegiado ainda afirmou que se manterá vigilante e que a "calibragem" (o ritmo) da alta do juro seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação para a meta de 3%. 🔎 A lógica é a seguinte: juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda. No exterior, os investidores seguiram otimistas com o acordo entre EUA e China sobre as chamadas "tarifas recíprocas" implementadas pelo presidente americano Donald Trump. As duas potências concordaram em diminuir significativamente as taxas sobre produtos de importação durante 90 dias. As taxas dos EUA sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%. As tarifas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%. Somou-se a isso o resultado do índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI, na sigla em inglês), que veio abaixo do esperado pelo mercado e ajudou a reforçar a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode não precisar subir juros para conter os preços. (entenda mais abaixo) Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar O dólar fechou em queda de 1,34%, cotado a R$ 5,6086. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: queda de 0,82% na semana; recuo de 1,20% no mês; e perda de 9,24% no ano. Na segunda-feira (12), a moeda americana fechou em alta de 0,53%, cotada a R$ 5,6849. a 📈Ibovespa O Ibovespa fechou em alta de 1,76%, aos 138.963 pontos, maior pontuação da história do índice. Com o resultado, o índice acumulou: alta de 1,80% na semana; avanço de 2,88% no mês; e ganho de 15,53% no ano. Na véspera, o índice fechou em alta de 0,04%, aos 136.563 pontos. O que está mexendo com os mercados? Segundo especialistas, o bom humor visto nos mercados nesta terça-feira (13) — com recorde na bolsa de valores e valorização do real ante o dólar — reflete não apenas os últimos resultados corporativos, como também o ambiente macroeconômico mais favorável, tanto aqui quanto no exterior. "A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA, que subiu abaixo do esperado em abril, trouxe alívio aos mercados globais, reforçando a percepção de que o ciclo de aperto monetário americano pode estar chegando ao fim", afirma o analista da CM Capital, Vitor Agnello. Além disso, os analistas ainda citam o acordo entre os EUA e a China, anunciado na véspera, e as indicações do Copom em sua ata, como outros fatores que impulsionaram o otimismo no pregão de hoje. "Essa conjuntura de notícias positivas para o mercado fez com que os investidores tomassem risco", explica Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval. Entenda cada um dos pontos abaixo: Novos sinais do Copom No Brasil, a ata do Copom divulgada nesta terça-feira (13) mostrou que as decisões do BC seguirão guiadas pelo objetivo de trazer a inflação brasileira para as metas. O colegiado afirmou que o ambiente internacional adverso e a desancoragem das expectativas de inflação podem exigir juros maiores por mais tempo. Ainda assim, o comitê indicou que a política monetária está funcionando — o que foi visto com bons olhos pelos investidores. Segundo o BC, o impacto da elevação da taxa básica de juros no mercado de trabalho já está sendo observada e deve se intensificar. Em março, por exemplo, foram criadas 71,6 mil vagas formais de emprego, com queda de 71% frente ao mesmo período do ano passado. Diante desse cenário de desaceleração, os economistas do mercado financeiro passaram a projetar estabilidade na taxa Selic até o fim de 2025, de acordo com o relatório "Focus" do BC divulgado nesta segunda (12). Até então, eles estimavam uma nova elevação em meados de junho, para 15% ao ano. Os analistas também reduziram, pela quarta semana consecutiva, a expectativa de inflação de 2025, de 5,53% para 5,51%. Mesmo com a redução, no entanto, o índice continuaria bem acima do teto da meta, que é de 4,5%. As incertezas internacionais, no entanto, continuam a pesar para o Copom. Segundo o economista e relações institucionais da Polo Capital, Arnaldo Lima, a ata "trouxe um diagnóstico ainda mais severo sobre o cenário externo". "Destaca-se a avaliação de que, embora o Brasil possa estar relativamente menos exposto aos efeitos diretos das tarifas norte-americanas do que outras economias, segue fortemente impactado por um ambiente global adverso", afirmou, em nota. Acordo entre China e EUA No ambiente externo, o acordo entre EUA e China sobre tarifas continuou a repercutir. 🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global. Assim, a leitura é que a trégua tarifária entre os dois países diminui esses riscos. Quando Trump anunciou as primeiras "tarifas recíprocas" a mais de 180 países, no que ele chamou de "Dia da Libertação", no início de abril, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020, ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19. Agora, a redução das tarifas representou um alívio para os investidores. As principais bolsas de Nova York dispararam após o anúncio. As ações chinesas também decolaram e fecharam em alta. O acordo teve um resultado mais positivo do que muitos analistas esperavam. "Eu achava que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, à Reuters. "Obviamente, esta é uma notícia muito positiva para as economias de ambos os países e para a economia global, e deixa os investidores muito menos preocupados com os danos às cadeias de suprimentos globais no curto prazo", acrescentou Zhang. No entanto, analistas também alertaram para ter cautela com o otimismo, já que várias tarifas dos EUA contra produtos da China e de muitos outros países continuam em vigor. "Esta é uma redução substancial da tensão. No entanto, os EUA ainda impõem tarifas muito mais altas à China", ponderou Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da Capital Economics. "Não há garantia de que a trégua de 90 dias dará lugar a um cessar-fogo duradouro." Inflação nos Estados Unidos Nesta terça-feira, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) apontou que os preços nos EUA tiveram leve alta em abril, de 0,2%, após uma queda de 0,1% em março. Apesar do aumento nos preços, no entanto, o resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, que projetava um avanço de 0,3% para o período. O resultado reforça a expectativa de que o período de juros altos nos Estados Unidos pode estar chegando ao fim e traz alívio aos investidores sobre o futuro da economia norte-americana.