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EUA e China vivem uma 'Guerra Fria 2.0', diz ex-presidente do Banco do Brics

Debate promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil discute a nova geopolítica e seus impactos nos mercados internacionais. Donald Trump,...

EUA e China vivem uma 'Guerra Fria 2.0', diz ex-presidente do Banco do Brics
EUA e China vivem uma 'Guerra Fria 2.0', diz ex-presidente do Banco do Brics (Foto: Reprodução)

Debate promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil discute a nova geopolítica e seus impactos nos mercados internacionais. Donald Trump, presidente dos EUA, e Xi Jinping, presidente da China, em foto de 29 de junho de 2019 Reuters/Kevin Lamarque Os Estados Unidos e a China vivem hoje uma "Guerra Fria 2.0", disse Marcos Troyjo, ex-presidente do Banco do Brics, nesta terça-feira (6), durante um evento promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Estadão. O debate, chamado "Cenário Geopolítico e a Agricultura Tropical", discute a nova geopolítica e seus impactos nos mercados internacionais, além de oportunidades e desafios para o agro brasileiro nesse novo cenário de guerra comercial. No início do mês, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma série de tarifas de importação para seus parceiros comerciais, com taxas maiores para os chineses. Para Troyjo, ainda que EUA e China estejam passando por uma "Guerra Fria 2.0", o Brasil deve passar ileso pelas medidas, uma vez que boa parte dos produtos exportados pelo país estão de fora do tarifaço. "A economia mundial está mais perigosa, mas não para o Brasil", disse. Para João Martins, presidente da CNA, ainda é incerto o que acontecerá em relação ao Brasil em meio às tarifas de Trump. Mas o cenário é uma oportunidade, que o país precisa saber aproveitar, afirmou. O pesquisador do Carnegie Endowment e Harvard, Oliver Stuenkel, avalia que na briga entre China e EUA, os chineses podem resistir por mais tempo. Isso porque o país já estava preparado emocionalmente e economicamente para uma briga com os EUA. Além disso, os republicanos, do partido de Trump, já enfrentam descontentamento da população e temem as eleições no próximo ano. "Os americanos não acreditam no argumento de Trump de que precisam sofrer um pouco para chegar a um momento melhor", disse Stuenkel. China diz que está disposta a negociar com Trump, mas não aceita coação nem extorsão Lei da Reciprocidade A senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura entre 2019 e 2022, comentou que a Lei da Reciprocidade Econômica não deve ser aplicada de imediato contra os Estados Unidos. A lei brasileira, aprovada em abril deste ano, autoriza o Brasil a adotar medidas de retaliação comercial contra países que impuserem sanções unilaterais ao país, como as taxas de importação anunciadas por Trump. Para a senadora, caso o presidente dos EUA continue impondo tarifas ao Brasil, a lei poderá ser usada: "Vai depender do juízo de Trump", disse. A ex-ministra da Agricultura acredita ainda que a guerra tarifária entre Estados Unidos e China pode incentivar a conclusão do acordo de comércio entre a União Europeia e o Mercosul. O tratado entre os dois blocos foi anunciado oficialmente no final de 2024, mas a assinatura só acontece depois que os textos passarem por uma revisão jurídica e de serem traduzidos para os idiomas oficiais dos países envolvidos.