Entenda disputa judicial em torno de esmeralda de 380 kg achada na Bahia e contrabandeada aos EUA
Pedra avaliada em R$ 2,3 bilhões foi exportada ilegalmente para os Estados Unidos em 2005, segundo a Advocacia-Geral da União (AGU). Justiça dos EUA determin...
Pedra avaliada em R$ 2,3 bilhões foi exportada ilegalmente para os Estados Unidos em 2005, segundo a Advocacia-Geral da União (AGU). Justiça dos EUA determinou nesta quinta -feira (21) a devolução da pedra ao Brasil. Imagem de outubro de 2001 mostra a 'Esmeralda Bahia' Andrew Spielberger/AP O contrabando de uma esmeralda de quase 380 kg, encontrada em Pindobaçu, na Bahia, tem gerado uma longa disputa judicial entre o Brasil e os Estados Unidos. No entanto, nesta quinta-feira (21), essa briga pode ter chegado ao fim. Isso porque a Justiça norte-americana determinou que a pedra preciosa, avaliada em R$ 2,3 bilhões, seja devolvida ao país de origem, o Brasil. Batizada de Esmeralda Bahia, a peça foi descoberta em 2001 na cidade no norte baiano, e é considerada um tesouro nacional. Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), ela foi contrabandeada aos EUA em 2005, com a utilização de documentos falsificados. Pedra preciosa com esmeraldas encontrada na Bahia é arrematada por R$ 175 milhões Em 2017, os empresários Elson Alves Ribeiro e Ruy Saraiva Filho foram condenados pelos crimes de receptação, uso de documento falso e contrabando. A mesma decisão declarou que quem estivesse em posse da pedra a devolvesse ao Brasil - o que não aconteceu. Cinco anos depois, em 2022, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acolheu uma petição da Justiça brasileira determinando a devolução da pedra. À época, foi reconhecida formalmente a validade da decisão brasileira. Com isso, a Justiça ordenou expedição de mandado de busca e apreensão. Desde então, a AGU tem atuado junto às instituições dos EUA para que a decisão seja cumprida conforme pedido de cooperação jurídica internacional. Uma atuação que, ao todo, contabiliza quase 10 anos. Entenda decisão a favor do Brasil Esmeralda Bahia. Divulgação/AGU A nova decisão da Justiça dos EUA partiu de um pedido de repatriação feito pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), porém, ainda cabe recurso. Na ocasião, o juiz responsável pelo caso, Reggie Walton, da Corte Distrital de Columbia, aceitou o argumento brasileiro, de que a peça foi extraída e levada e comercializada ilicitamente. Área com mais de 2 mil hectares e 245 milhões de toneladas de diamantíferos será leiloada na Bahia Nesta quinta, o magistrado determinou ainda que o Departamento de Justiça dos EUA protocole a decisão final de repatriação até o dia 6 de dezembro. Se houver recurso, pode acontecer a suspensão da repatriação até nova decisão da Justiça americana. Por enquanto, a Esmeralda Bahia segue sob a custódia da Polícia de Los Angeles, no estado na Califórnia. Pedras de esmeralda encontradas na Bahia Pelo menos cinco pedras gigantes de esmeraldas foram encontradas em um intervalo de 23 anos, em uma mina que fica em Pindobaçu. A cidade, que tem menos de 20 mil habitantes, fica no sertão baiano. A última delas, uma de matriz preta com esmeraldas verde, de 137 quilos, encontrada na Mina Carnaíba. Ela foi arrematada por R$ 175 milhões em junho deste ano, por um leilão da Receita Federal. OUÇA: Para onde vai a riqueza gerada na Bahia pelas pedras preciosas que valem milhões? O Pé na Pista visita a cidade de Pindobaçu Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻