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Dólar recua e fecha em R$ 5,47, com tensão Brasil-EUA e ata do Fed no radar; bolsa sobe

Ações dos bancos derretem após decisão do ministro Flávio Dino que proibiu as instituições de acatar ordens estrangeiras O dólar fechou a sessão desta ...

Dólar recua e fecha em R$ 5,47, com tensão Brasil-EUA e ata do Fed no radar; bolsa sobe
Dólar recua e fecha em R$ 5,47, com tensão Brasil-EUA e ata do Fed no radar; bolsa sobe (Foto: Reprodução)

Ações dos bancos derretem após decisão do ministro Flávio Dino que proibiu as instituições de acatar ordens estrangeiras O dólar fechou a sessão desta quarta-feira (20) em queda de 0,48%, cotado em R$ 5,4729. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou em alta de 0,17%, aos 134.667 pontos. O avanço do veio após o índice despencar mais de 2% na véspera. Investidores continuaram a reagir à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que proibiu restrições "decorrentes de atos unilaterais estrangeiros" por parte de empresas ou instituições que atuam no Brasil — o que pode influenciar a aplicação da Lei Magnitsky no país. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça A decisão é importante porque pode piorar a relação do Brasil com os Estados Unidos e interferir nas tentativas de negociação do governo brasileiro sobre as tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump. (Entenda mais abaixo) ▶️ O cenário tem aumentado o sentimento de cautela entre investidores, e analistas já avaliam que o clima de tensão deve perdurar ao longo desta semana. A maior percepção de risco trouxe uma valorização do dólar na véspera e a forte queda das ações do setor bancário, que resultou em uma perda de R$ 41,9 bilhões em valor de mercado ao setor. Decisão de Dino: entenda as dúvidas geradas e como bancos podem ser afetados Hoje, a maioria dos papéis do segmento financeiro fecharam em alta, recuperando parte das perdas de ontem. (Veja mais abaixo) ▶️ Em meio às tensões entre o STF e os EUA, e com o tarifaço como pano de fundo, a desaprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu, embora ainda represente 51% da população. Já a aprovação subiu três pontos percentuais, chegando a 46%. A pesquisa também indicou que 55% dos brasileiros consideram que tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto o seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) estão agindo mal diante do tarifaço de Trump. ▶️ Na agenda econômica doméstica, o Banco Central (BC) divulgou o fluxo cambial semanal, que mostra a entrada e saída de dólares no país. Em agosto, até o dia 15, o Brasil registrou um total positivo de US$ 149 milhões (R$ 815,4 milhões). ▶️ Já nos EUA, os investidores acompanharam a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, sobre a última reunião de política monetária. O documento indicou que quase todos os participantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) consideraram apropriado manter os juros inalterados, indicando que levaria tempo para ter mais clareza sobre a magnitude e a persistência dos efeitos das tarifas de Trump sobre a inflação norte-americana. O mercado busca sinais sobre os próximos passos do Fed, que podem reforçar ou frustrar as expectativas de corte de juros na reunião de setembro. ▶️ Ainda sobre os juros nos EUA, começa nesta quarta-feira o Simpósio de Jackson Hole, evento que reúne banqueiros centrais de diversos países. Na sexta-feira, está previsto o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar a Acumulado da semana:+1,38%; Acumulado do mês: -2,28%; Acumulado do ano: -11,44%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: -1,23%; Acumulado do mês: +1,20%; Acumulado do ano: +11,96%. Decisão de Dino afeta bancos A decisão de Dino proferida no início da semana continua a pesar nas ações do setor financeiro. Isso porque além de indicar que leis e determinações de outros países não têm validade automática no Brasil por uma questão de soberania nacional, o ministro também proibiu instituições financeiras brasileiras de atender ordens de tribunais estrangeiros sem autorização expressa do STF. A decisão bate de frente com a imposição da Lei Magnitsky por parte do governo dos EUA e levanta dúvidas sobre os eventuais impactos para bancos e empresas que operam no Brasil e no exterior. Com isso, os bancos sofreram uma forte queda no pregão de ontem, puxando o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, para baixo. No pregão de hoje, a maioria dos papéis de bancos fechou em alta, aliviando parte das perdas. Veja abaixo: Banco do Brasil (BBAS3): +0,51% Bradesco (BBDC4): +0,13%; BTG (BPAC11): -1,15% Itaú (ITUB4): +0,17% Santander (SANB11): +2,08% Nesta quarta-feira, em entrevista à agência de notícias Reuters, o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que tribunais brasileiros podem punir instituições financeiras nacionais que bloquearem ou confiscarem ativos domésticos em resposta às ordens norte-americanas. O ministro reconheceu que a atuação da Justiça dos EUA em relação aos bancos brasileiros que têm operações nos Estados Unidos "é da aplicação da lei norte-americana". "Agora, da mesma forma, se os bancos resolverem aplicar a lei internamente, eles não podem. E aí eles podem ser penalizados internamente", disse à Reuters. A sanção com a Lei Magnitsky foi imposta a Moraes em julho pelo governo de Donald Trump, bloqueando todos os eventuais bens do ministro nos EUA, assim como qualquer empresa que esteja ligada a ele. Moraes também não pode realizar transações com cidadãos e empresas norte-americanas — usando cartões de crédito de bandeiras do país, por exemplo. Aprovação do governo Lula sobe A aprovação do governo Lula (PT) subiu três pontos e chegou a 46%, segundo pesquisa Quaest divulgada hoje. Já a desaprovação oscilou dois pontos para baixo, mas ainda representa 51% da população. Veja os números: Aprova: 46% (eram 43% na pesquisa de julho); Desaprova: 51% (eram 53%); Não sabe/não respondeu: 3% (eram 4%). A diferença entre aprovação e desaprovação é a menor desde janeiro de 2025, quando havia empate técnico: 49% desaprovavam o governo Lula, enquanto 47%, aprovavam naquele mês. Fluxo cambial Em meio à aversão ao risco dos investidores, durante a tarde o BC divulgou os dados semanais do fluxo cambial. Em agosto até o dia 15, houve um total positivo de US$ 149 milhões, em movimento puxado pela via financeira. Pelo canal financeiro, contabilizou-se entradas líquidas de US$ 687 milhões. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Já pelo canal comercial, o saldo foi negativo em US$ 538 milhões. Olhando para a semana passada, de 11 a 15 de agosto, o fluxo total foi positivo em US$ 31 milhões. No acumulado do ano, o Brasil registra fluxo cambial total negativo de US$ 14,692 bilhões Ata do Fed Os dois membros do Federal Reserve que discordaram da decisão do banco central dos Estados Unidos de deixar a taxa de juros inalterada no mês passado pareceram isolados em seu apoio à redução dos juros já naquele encontro, segundo a ata da reunião divulgada hoje. "Quase todos os participantes consideraram apropriado manter a faixa da taxa de juros entre 4,25% e 4,50% nesta reunião", diz a ata do encontro de 29 e 30 de julho Os diretores Michelle Bowman e Christopher Waller votaram contra a decisão de deixar os juros inalterados, favorecendo, em vez disso, uma redução de 0,25 ponto percentual para proteger a economia de um enfraquecimento ainda maior do mercado de trabalho. Foi a primeira vez desde 1993 que mais de um diretor discordou de uma decisão de política monetária. Dados divulgados logo após o encontro reforçaram os alertas desses membros, ao mostrar uma criação de empregos abaixo do esperado, aumento do desemprego e queda na participação da força de trabalho — além de uma revisão que eliminou mais de 250 mil vagas antes contabilizadas. No entanto, os dados desde então têm fornecido munição para o grupo mais preocupado com o risco de que o agressivo regime tarifário de Trump reacenda a inflação. A redução dos juros nos EUA é uma pauta frequentemente defendida por Trump. O republicano já chegou a xingar o atual presidente da instituição, Jerome Powell, reiterando que o banqueiro central está atrasado na condução da política monetária norte-americana. Em um novo capítulo, nesta quarta-feira, o republicano pediu que a diretora do Fed, Lisa Cook, renuncie, intensificando seus esforços para ganhar influência sobre o Fed — agora, com base em alegações feitas por um de seus aliados sobre as finanças pessoais da executiva. "Cook deve renunciar, agora!!!", escreveu Trump em suas redes sociais. Bolsas globais Os principais índices de Wall Street operam em queda, com o Nasdaq atingindo o menor nível em duas semanas. A pressão sobre as ações de tecnologia, que vinham liderando a recuperação do mercado desde abril, reflete a cautela dos investidores diante do simpósio do Federal Reserve em Jackson Hole. Com isso, na abertura dos mercados, o Dow Jones perdia 0,04%, o S&P 500 caía 0,62% e o Nasdaq recuava 1,28%. Já os mercados europeus apresentam desempenho misto, refletindo a recente queda das ações de tecnologia nos EUA. Embora não haja um motivo específico para o movimento, analistas apontam fatores como o aumento da influência do presidente Donald Trump sobre o setor e um cenário global de maior cautela. Entre os principais índices, o STOXX 600 registra leve alta de 0,14%, enquanto o DAX da Alemanha recua 0,38%. O FTSE 100 do Reino Unido sobe 0,27%, o CAC 40 da França avança 0,02% e o FTSE MIB da Itália apresenta queda de 0,20%. Na Ásia, as ações da China subiram para o nível mais alto desde 2015, impulsionadas pela migração de fundos para o mercado acionário, em meio à redução das tensões comerciais e à atuação de Pequim contra a concorrência excessiva O índice de Xangai avançou 1,04%, encerrando o dia em 3.766 pontos, enquanto o CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve alta de 1,14%, a 4.271 pontos. O índice Hang Seng, referência de Hong Kong, subiu 0,17%, a 25.165 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 1,51%, a 42.888 pontos. Em Seul, o Kospi caiu 0,68%, a 3.130 pontos, e em Taiwan, o Taiex teve baixa de 2,99%, a 23.625 pontos. Já em Cingapura, o Straits Times se valorizou 0,08%, a 4.219 pontos, e em Sydney, o S&P/ASX 200 avançou 0,25%, a 8.918 pontos. Cotação do dólar mostra menor confiança na economia brasileira devido a gastos e dívidas do governo Jornal Nacional/ Reprodução *Com informações da agência de notícias Reuters