Dólar recua e fecha a R$ 5,80, com mercado de olho em Trump e Powell; Ibovespa sobe
A moeda norte-americana recuou 1,03%, cotada a R$ 5,8042. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 1,04%, aos 129.6...

A moeda norte-americana recuou 1,03%, cotada a R$ 5,8042. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 1,04%, aos 129.650 pontos. Notas de dólar. Dado Ruvic/ Reuters O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (17), cotado a R$ 5,80, conforme os investidores repercutiram as mais recentes falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e a reação negativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As negociações dos Estados Unidos com os demais países do mundo, em meio ao tarifaço de Trump, também seguiram no radar. Na quarta (16), Powell, afirmou que as tarifas impostas por Trump atingiram um nível maior do que o esperado, indicando que a guerra tarifária pode complicar a capacidade da instituição de controlar a inflação. Trump não gostou e disse que Powell está "sempre muito atrasado e errado" em relação à condução da política de juros nos EUA e que as tarifas estão deixando o país rico. Além disso, o republicano também afirmou que espera novos cortes de juros por parte do Fed em breve. Embora agentes do mercado financeiro acreditem que o Fed possa cortar os juros ainda neste ano, a política tarifária de Trump gera incertezas. Isso porque o aumento das tarifas tende a pressionar os preços e a aumentar a inflação — potencialmente forçando o BC norte-americano a subir os juros do país novamente. Juros maiores nos EUA podem encarecer o dólar, porque aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, ainda considerados o investimento mais seguro do mundo. "O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]", declarou o chefe do Federal Reserve nesta quarta. O que são as Treasuries e como Trump está ameaçando o status de ‘investimento mais seguro do mundo’ O mercado também seguiu repercutindo os novos desdobramentos do tarifaço de Trump, com o presidente norte-americano sinalizando que tem avançado nas negociações com parceiros comerciais de diferentes países. Na véspera, autoridades dos EUA e do Japão iniciaram uma negociação comercial entre os países, à medida que Tóquio busca reduzir ou eliminar a tarifa "recíproca" imposta por Trump. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar O dólar caiu 1,03%, cotado a R$ 5,8042. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,7963. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: recuo de 1,14% na semana; ganho de 1,73% no mês; e perda de 6,08% no ano. No dia anterior, a moeda americana teve queda de 0,44%, cotada a R$ 5,8645. a 📈Ibovespa O Ibovespa encerrou em alta de 1,04%, aos 129.650 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou: alta de 1,54% na semana; recuo de 0,47% no mês; e ganho de 7,79% no ano. Na véspera, o índice teve baixa de 0,72%, aos 128.317 pontos. O que está mexendo com os mercados? As atenções dos mercados financeiros nesta quinta-feira (17) ficaram com as novas falas de Trump sobre Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Além de chamar Powell de "atrasado e errado", Trump ainda reclamou do tempo que falta para que o mandato do banqueiro central à frente do Fed seja concluído, dizendo que esse momento "não chega rápido o suficiente". Os mandatos de presidente e vice do Fed têm duração de quatro anos. Powell deve deixar o cargo somente daqui a um ano, em maio de 2026. Trump também chegou a afirmar a jornalistas que Powell deixaria o cargo caso fosse solicitado e reiterou que o banqueiro central deveria promover novos cortes de juros no país. As taxas de juros nos EUA estão, atualmente, entre 4,25% e 4,50% ao ano — um patamar alto para os padrões de juros do país — e Trump já criticou essa política monetária em diversas ocasiões, desejando o corte dos juros. 🔎 Isso porque juros altos são uma ferramenta para controlar a inflação, já que encarecem a tomada de crédito pela população e pelas empresas e, assim, impacta os níveis de consumo e investimentos da economia, reduzindo a pressão sobre os preços. ⚠️ No entanto, com menor consumo, a atividade econômica tende a desacelerar, afetando o crescimento da economia do país. Na quarta-feira, Powell afirmou que as tarifas impostas por Trump atingiram um nível maior do que o esperado, reiterando que a guerra tarifária pode complicar a capacidade da instituição de controlar a inflação e maximizar o mercado de trabalho. Powell também indicou que, diante das incertezas com o tarifaço de Trump, o Fed poderá manter a taxa básica de juros do país estável na próxima reunião (nos dias 6 e 7 de maio), enquanto aguarda "maior clareza antes de considerar quaisquer ajustes". "O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]", declarou o chefe do Federal Reserve nesta quarta. Na segunda-feira, o diretor do Fed Christopher Waller já havia falado sobre o assunto, afirmando que a política tarifária de Trump é "um dos maiores choques a afetar a economia dos EUA em muitas décadas". Todo esse cenário tende a afetar a dinâmica do comércio global. A questão para a economia global é que o aumento de tarifas traz as seguintes consequências: ➡️ As tensões crescentes entre os países, principalmente China e EUA, elevam as incertezas globais com o futuro da economia. ➡️ Mais tarifas tornam os produtos que chegam aos países mais caros, o que contribui para um aumento da inflação. ➡️ Com os preços altos, o mercado teme que aconteça uma redução nos níveis de consumo da população, além de uma queda no comércio internacional. ➡️ Esse cenário nas maiores economias do mundo eleva os temores por um período de recessão global. Neste contexto do tarifaço, as negociações do governo norte-americano com diversos países para conseguir melhores condições comerciais e reduzir as tarifas também continuaram no radar. Nesta quinta, Trump publicou na sua plataforma na rede Truth Social que teve uma "ligação produtiva" com a presidente do México na quarta e que também teve um encontro com representantes comerciais "do mais alto nível" do Japão. Já nesta quinta-feira, Trump se encontrou com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Os dois líderes expressaram otimismo com a resolução das tensões comerciais que têm prejudicado as relações entre os EUA e a Europa. "Tenho certeza de que podemos fazer um acordo e estou aqui para ajudar nisso", afirmou Meloni.
Fonte da Reprodução:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/04/17/dolar-ibovespa.ghtml