43% dos eleitores brasileiros têm opinião negativa sobre Trump, e percepção sobre os EUA piora, diz Quaest
Pesquisa Quaest mostra que, entre eleitores de Bolsonaro, percepção sobre EUA e Trump é mais positiva. Entre os de Lula, o inverso. O presidente dos EUA, Don...

Pesquisa Quaest mostra que, entre eleitores de Bolsonaro, percepção sobre EUA e Trump é mais positiva. Entre os de Lula, o inverso. O presidente dos EUA, Donald Trump, em 7 de abril de 2025 REUTERS/Kevin Mohatt Pesquisa Quaest aponta que 43% dos brasileiros têm uma imagem negativa do presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto 22% o veem de forma positiva. A percepção sobre os Estados Unidos piorou: 41% dos entrevistados têm uma imagem desfavorável do país, contra 24% na rodada anterior, em março de 2024 — quando Trump ainda não era presidente. Já a imagem favorável dos EUA caiu de 58% para 44% no mesmo período. Com isso, passou a haver um empate técnico entre as parcelas da população brasileira que têm imagem negativa e positiva dos EUA (antes, os que tinham imagem positiva eram maioria). Veja os números Opinião sobre Donald Trump Positiva: 22% Regular: 23% Negativa: 43% Não sabem ou não responderam: 12% A imagem de Donald Trump é mais negativa do que positiva entre homens e mulheres, católicos e evangélicos, e em todos os recortes por faixa etária, raça, escolaridade e renda familiar. A única exceção está entre os eleitores que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições de 2022: nesse grupo, 44% têm uma visão positiva de Trump, contra 20% que o avaliam negativamente. Já entre os eleitores de Lula, a percepção é amplamente negativa — 61% veem o ex-presidente americano de forma desfavorável, enquanto apenas 8% têm uma opinião positiva sobre ele. Opinião sobre os EUA Favorável: 44% Desfavorável: 41% Não sabem ou não responderam: 15% A percepção sobre os Estados Unidos piorou. Atualmente, 41% dos entrevistados têm uma imagem desfavorável do país, contra 24% na rodada anterior, realizada em março de 2024 — quando Donald Trump ainda não havia assumido a presidência. Já a avaliação positiva dos EUA caiu de 58% para 44% no mesmo período. Ao se observar os dados por recorte de voto no segundo turno das eleições de 2022, nota-se uma inversão nas opiniões dos eleitores de Lula em relação à pesquisa anterior, feita em março de 2024, ainda sob o governo do democrata Joe Biden. Antes, 50% dos eleitores de Lula tinham uma visão favorável dos EUA; agora, esse índice caiu para 27%. Já a fatia com opinião negativa subiu de 32% para 57%. Entre os eleitores de Bolsonaro, a maioria segue com percepção positiva dos Estados Unidos, apesar de uma leve oscilação dentro da margem de erro no último ano: o índice favorável passou de 71% para 69%. Já a taxa dos que têm visão negativa subiu de 16% para 20%, também dentro da margem de erro. O levantamento ouviu 2.004 pessoas entre 27 e 31 de março, antes do Dia da Libertação, como Trump chamou o anúncio de tarifas de importação adicionais para quase todos os países do mundo, mas depois que o presidente do EUA já havia iniciado o aumento de algumas taxas (como as aplicadas sobre o aço e o alumínio, exportados pelo Brasil para lá.) Reação ao tarifaço Outro tema investigado pela pesquisa é como os brasileiros esperam que o governo reaja ao tarifaço aplicado por Trump. A maior parte dos brasileiros, grupo que soma 53%, espera que a reação do Brasil venha por meio do diálogo. Os que defendem a retaliação são 33%. Veja os números Deveria tentar reverter a situação pela diplomacia: 53% Deveria taxar os produtos americanos de volta: 33% Não sabem ou não responderam: 14% A maioria dos brasileiros defende que o país adote uma postura diplomática em relação aos Estados Unidos. Essa preferência pela diplomacia é majoritária entre homens e mulheres, em todas as faixas etárias, níveis de escolaridade e faixas de renda. A única exceção aparece entre os eleitores de Lula. Nesse grupo, há um empate técnico — dentro da margem de erro de quatro pontos percentuais — entre os que preferem manter o diálogo (46%) e os que defendem uma retaliação ao governo norte-americano (41). Entre os eleitores de Bolsonaro, 64% defendem diplomacia, ante 24% que querem retaliar os EUA. Novas tarifas de importação propostas por Donald Trump preocupam especialistas e viram "meme" nas redes sociais Esta reportagem está em atualização.